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Mapa da dengue aponta 157 cidades em situação de risco
Novo mapa da dengue revela que 157 municípios brasileiros estão em situação de risco para a doença, outros 525 em alerta e 633 cidades com índice satisfatório. Os dados são do Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa), apresentado nesta terça-feira (19) pelo ministro da Saúde Alexandre Padilha e pelo secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
O levantamento, elaborado pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios, foi realizado entre 1º outubro e 08 de novembro deste ano em 1.315 cidades e tem como objetivo identificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da doença. (Confira a apresentação).
Para intensificar as ações de vigilância, prevenção e controle da dengue, o Ministério da Saúde está dobrando o volume de recursos adicionais que serão repassados a todos os estados e municípios brasileiros. Portaria autorizando o repasse de R$ 363,4 milhões foi assinada hoje pelo ministro Alexandre Padilha. Os recursos são para incrementar os investimentos realizados nas ações de vigilância em saúde, que somam R$ 1,2 bilhão.
“Hoje estamos começando o campeonato contra a dengue. O Ministério da Saúde tem feito o esforço de não esperar começar os casos e as transmissões de dengue – que ocorrem de janeiro a maio – para mobilizar o conjunto dos prefeitos e secretários municipais, além da sociedade civil”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante a apresentação do LIRAa e lançamento da campanha nacional.
O ministro chamou a atenção para a redução dos óbitos em comparação com anos anteriores, que apresentaram, inclusive, números inferiores de notificações. Ele lembrou que esta queda é resultado do esforço do Ministério da Saúde e dos gestores locais em reforçar a assistência ao paciente com dengue. “Ainda não estamos satisfeitos. Queremos reduzir mais a mortalidade por dengue, principalmente dos grupos mais vulneráveis como idosos e pessoas com doenças associadas”, observou Padilha.
LEVANTAMENTO – Nos municípios classificados em situação de risco, mais de 4% dos imóveis pesquisados apresentaram larvas do mosquito. É considerado estado de alerta quando os imóveis pesquisados apresentam índice entre 1% a 3,9% e satisfatório quando fica abaixo de 1%.
O levantamento também revelou que três capitais estão em situação de risco: Cuiabá, Rio Branco e Porto Velho. Outras 11 (Boa Vista, Manaus, Palmas, Salvador, Fortaleza, São Luís, Aracaju, Goiânia, Campo Grande; Rio de Janeiro e Vitória) apresentaram situação de alerta e seis estão com índices satisfatórios (Macapá; João Pessoa; Teresina; Belo Horizonte; Curitiba e Porto Alegre). Sete capitais (Belém, Maceió, Recife, Natal, São Paulo, Florianópolis e Brasília) ainda não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa.
REDUÇÃO DE ÓBITOS– O reforço na assistência básica ao paciente com dengue, que vem sendo ampliado ano a ano pelo Ministério da Saúde, resultou em redução gradativa dos casos graves e óbitos de dengue.
Em comparação com 2010, houve uma queda de 61% nos casos graves (de 16.758 para 6.566) e de 10% nos óbitos (de 638 para 573), mesmo com o crescimento no número de notificações da doença.
Com estes avanços, foi possível reduzir a taxa de letalidade da doença: a proporção de óbitos diminuiu quase pela metade, passando de sete mortes a cada 10 mil casos para quatro óbitos a cada 10 mil notificações.
Também houve diminuição da frequência da gravidade dos casos. Em 2010, de cada mil doentes, 17 chegavam a um quadro grave; em 2013, a parcela ficou em quatro casos graves para cada mil notificações.
Com isso, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), até agosto, o Brasil apresentou taxa de mortalidade de 0,03.
Em 2013, foram notificados 1,4 milhão de casos prováveis de dengue no país, em decorrência de uma maior circulação do subtipo tipo 4 do vírus causador da doença, que respondeu por 60% dos casos.
A região Sudeste, responsável por 63,4% dos casos com 936.500 registros, tem o maior número de casos, seguida pela região Centro-Oeste (271.773 casos; 18,4%), Nordeste (149.678 casos; 10,1%), Sul (70.299 casos; 4,8%) e Norte (48.667 casos; 3,3%).
CUIDADOS – Aos primeiros sintomas da dengue (febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos), a recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço de saúde mais próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria pode mascarar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.
Para diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito.
Além disso, é essencial cobrar o mesmo cuidado do gestor local com os ambientes públicos, como o recolhimento regular de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.
ANEXO 1- Distribuição dos recursos adicionais por Estado
Além de receberem, juntos, R$ 1,2 bilhão para ações de vigilância, estados e municípios terão recursos adicionais específicos para enfrentamento à dengue:
UF |
VALOR |
---|---|
RO |
R$ 5.058.224,39 |
AC |
R$ 2.564.316,26 |
AM |
R$ 12.505.060,38 |
RR |
R$ 1.910.571,72 |
PA |
R$ 24.886.724,87 |
AP |
R$ 2.484.962,19 |
TO |
R$ 4.504.656,39 |
Norte |
R$ 53.914.516,20 |
MA |
R$ 20.442.741,66 |
PI |
R$ 6.526.032,86 |
CE |
R$ 17.767.013,99 |
RN |
R$ 6.665.579,76 |
PB |
R$ 7.882.619,57 |
PE |
R$ 18.440.475,84 |
AL |
R$ 6.539.571,99 |
SE |
R$ 4.359.662,90 |
BA |
R$ 29.319.733,52 |
Nordeste |
R$ 117.943.432,09 |
MG |
R$ 40.997.975,51 |
ES |
R$ 7.442.917,50 |
RJ |
R$ 32.254.455,50 |
SP |
R$ 49.178.832,92 |
Sudeste |
R$ 129.874.181,43 |
PR |
R$ 12.529.630,73 |
SC |
R$ 7.580.678,42 |
RS |
R$ 12.761.347,74 |
Sul |
R$ 32.871.656,89 |
MS |
R$ 5.022.738,18 |
MT |
R$ 7.888.773,63 |
GO |
R$ 12.709.950,89 |
DF |
R$ 3.153.571,77 |
Centro-Oeste |
R$ 28.775.034,47 |
BRASIL |
R$ 363.378.821,08 |
ANEXO 2- Balanço da dengue 2010 – 2013
UF |
Semana epidemiológica 1 a 42 |
|||||
---|---|---|---|---|---|---|
Casos Notificados |
Casos Graves |
Óbitos |
||||
2010 |
2013 |
2010 |
2013 |
2010 |
2013 |
|
RO |
18.670 |
9.365 |
351 |
28 |
18 |
3 |
AC |
26.217 |
2.577 |
56 |
4 |
5 |
0 |
AM |
4.921 |
16.858 |
238 |
96 |
6 |
9 |
RR |
7.373 |
849 |
275 |
1 |
5 |
0 |
PA |
11.346 |
8.682 |
357 |
37 |
17 |
10 |
AP |
2.878 |
1.667 |
11 |
7 |
3 |
2 |
TO |
8.449 |
8.669 |
50 |
17 |
4 |
4 |
Norte |
79.854 |
48.667 |
1.338 |
190 |
58 |
28 |
MA |
5.184 |
3.586 |
192 |
36 |
4 |
12 |
PI |
6.615 |
4.664 |
115 |
19 |
7 |
1 |
CE |
15.854 |
32.039 |
169 |
159 |
13 |
54 |
RN |
6.302 |
16.035 |
238 |
102 |
7 |
8 |
PB |
5.833 |
13.050 |
90 |
92 |
5 |
14 |
PE |
33.177 |
8.650 |
1074 |
42 |
24 |
19 |
AL |
45.449 |
8.935 |
450 |
16 |
21 |
4 |
SE |
564 |
745 |
34 |
5 |
0 |
3 |
BA |
41.803 |
61.974 |
974 |
125 |
33 |
21 |
Nordeste |
160.781 |
149.678 |
3.336 |
596 |
114 |
136 |
MG |
212.157 |
435.828 |
1.367 |
360 |
83 |
116 |
ES |
22.835 |
66.874 |
1.468 |
1.686 |
13 |
23 |
RJ |
26.800 |
212.933 |
2.437 |
1.207 |
41 |
48 |
SP |
205.796 |
220.865 |
2.897 |
428 |
140 |
72 |
Sudeste |
467.588 |
936.500 |
8.169 |
3.681 |
277 |
259 |
PR |
36.645 |
69.444 |
184 |
224 |
13 |
24 |
SC |
180 |
370 |
1 |
1 |
0 |
0 |
RS |
3.633 |
485 |
52 |
1 |
0 |
0 |
Sul |
40.458 |
70.299 |
237 |
226 |
13 |
24 |
MS |
62.489 |
81.741 |
1792 |
695 |
42 |
34 |
MT |
33.550 |
34.012 |
875 |
99 |
51 |
27 |
GO |
95.527 |
140.399 |
997 |
1.063 |
78 |
58 |
DF |
14.840 |
15.621 |
41 |
16 |
5 |
7 |
Centro-Oeste |
206.406 |
271.773 |
3.705 |
1.873 |
176 |
126 |
BRASIL |
955.087 |
1.476.917 |
16.785 |
6.566 |
638 |
573 |
Assessoria