Processos de isolamento, irritabilidade, agitação, apatia, desmotivação e falta de sono. Esses são alguns dos sinais que podem ser identificados em crianças que têm ou estão desenvolvendo ansiedade devido ao uso excessivo do celular, segundo o psiquiatra Doutor Napoleão Bezerra.
“Se olharmos 30 anos atrás, era muito difícil encontrar crianças com ansiedade, e por quê hoje é diferente? Um ponto importante: a tecnologia”, afirma.
Ainda de acordo com o médico, a tela modifica o desenvolvimento cerebral, por se tratar dos mesmos mecanismos de recompensa que uma substância psicoativa produz.
Glicose, álcool e outras substâncias químicas, assim como o uso de telas, são capazes de causar no cérebro, aquilo que é chamado de “prazer imediato” ou “recompensa a curto prazo”. Acontece quando há a produção de dopamina, neurotransmissor conhecido como o “hormônio da felicidade”, que ao ser liberado traz sensação de prazer, bem estar e satisfação no corpo.
A produção excessiva de dopamina pode gerar vício e dependência em quem consome. Olhando para esse contexto e vendo a realidade em que a sociedade está inserida, o doutor Napoleão dá algumas sugestões para que as famílias possam viver de forma saudável.
“O suporte familiar nessas horas é muito importante, criar bons hábitos, estar presente e atento aos filhos ajuda no desenvolvimento da criança para chegar à vida adulta sabendo lidar com suas emoções e frustações”, reitera o psiquiatra.
Estabelecer uma rotina, dormir e acordar cedo, fazer esporte continuamente, ter bons hábitos alimentares e evitar o uso excessivo do celular, principalmente à noite, são recomendações para que a criança possa crescer de forma saudável.
“É preciso ficar atento aos sinais, porque às vezes é um quadro de sofrimento psíquico e tem que avaliar. Se necessário, os pais devem procurar um profissional da saúde mental, existe tratamento e solução”, afirma o médico em entrevista para o programa Correio Debate, da Rede Correio Sat.
Onde procurar ajuda médica?
Consultórios psicológicos e clínicas psiquiátricas são capazes de oferecer um maior apoio especializado e profissional para quem precisa.
Em municípios interioranos, também é possível encontrar gratuitamente, ajuda profissional em Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e nos ambulatórios.
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